VIOLÊNCIA, UMA EPIDEMIA

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A VIDA NOS ASSENTAMENTOS

Em meio a brigas judiciais um grupo de 150 pessoas ocupa área em Cordeirópolis onde antigamente situava-se o horto florestal da cidade.
O assentamento XX de Novembro é residido por vinte e uma famílias, todas sobreviventes de renda agrária. Marta Aleixo dos Santos Lino, presidente da associação XX de Novembro, diz que o preceito básico para se morar na comunidade é ser agricultor. “O assentamento é formado apenas por pessoas que querem viver da terra”, explica.
Vizinha a área do XX de Novembro está a comunidade Santa Rita. João de Oliveira Domingues é o primeiro morador da comunidade, e nos contou como foi rápida a ocupação. “Da noite para o dia”, é assim que explica como tudo aconteceu. O morador ainda lembra que o modo como agiram feriu a legislação, pois ali havia um horto florestal.
A Associação XX de Novembro, depois de nove anos de luta, conseguiu o apoio de algumas instituições. No momento em que a reportagem estava sendo feita, a presidente da associação dos assentados recebia móveis para uma sala de aula que será montada em parte da sede da entidade. Entretanto, não é só de apoios que vivem os assentados. Muitos moradores de Cordeirópolis, entre eles, Rosana Gambin, são contra a permanência deles na área. A dona de casa afirma que as pessoas do assentamento possuem moradias e que, fixaram-se no antigo horto por "luxo". “Todos ali possuem casas, seja da mãe ou de algum parente. Quando tive meu filho, também não tinha pra onde ir, mas minha mãe me abrigou”. Rosana ainda alerta quanto ao uso das crianças - filhos e netos dos assentados - para que consigam realizar seus objetivos.
Expedita Saldanha dos Santos, agricultora e moradora do XX de Novembro, diz que "nem se importa mais com a opinião dos outros". A agricultora contou que é comum os assentados serem discriminados pela sociedade. Diz ainda que os que mais sofrem com o preconceito são as crianças. “Quando chegam nas escolas o povo já diz, olha lá o pessoal do terrão. Isso já aconteceu até por parte dos professores”.
Quando perguntados se são felizes, o “sim” é unânime. Mesmo Rosemeire Almeida Bispo dos Santos, uma das estudantes que vivem no assentamento. “No começo era pior, mas agora parece que o povo já está se acostumando com a idéia” diz.

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