ENTENDA: Por que a internet foi decisiva na repercussão do caso Sean. É só ir...

A internet e os segredos de justiça

 

por Ricardo Bicalho

O início exato da onda de informações, não é preciso, mas pode ter sido o Facebook. Correndo em segredo por causa de leis brasileiras, se alguma notícia fosse dada, o máximo que poderia ser citado sobre a criança seria “X de 8 anos”. Entra em cena a Internet, blogs, websites e o fluxo de informações e comunicação do século XXI que simplesmente atropelou o “segredo” sem pedir licença.

O sigilo caiu por terra e o caso de sequestro maternal foi divulgado*, propagandeado, publicado em diversas mídias e está na pauta de Barack Obama, Hillary Clinton e saiu até no Larry King.

E o caso acaba por colocar um novo desafio para o século XXI: não apenas pessoas, informação, opiniões e mercadorias se globalizam, os problemas também.

É choque entre dois mundos, separados por tempo, maturidade, consolidação democrática e cultura. De um lado a arcaica, ultrapassada, lenta e ineficaz justiça brasileira. Do outro a justiça americana que obviamente não é perfeita, mas entre seus exageros e desmandos,acerta mais do que erra. A nossa, nem acerta nem erra, porque não anda. Nosso sistema é tão ruim que um assassino confesso pode ficar livre pelas ruas ou nem serem punidas o suficiente.

A justiça brasileira é uma dessas desgraças que assolam o Brasil: promovem juízes investigados, absolve os seus corruptos, deita e rola com políticos (que comemoram comendo pastel), vende habeas corpus para traficantes e contrabandistas com tabelinha de preço, e a podridão é tanta que de vez em quando escapa um juiz Lalau, apenas a ponta do iceberg na roubalheira sistemática.

Em compensação, demora 12 anos em média anos para julgar um caso, manda uma mulher para a cadeia por 128 dias por roubar um pote de manteiga. O pobre, no Brasil, é o mais desamparado pela instituição de Estado que deveria protegê-lo.

 *Site de David Goldman por onde foram feitas as doações.

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